sábado, 22 de maio de 2010

A Casa da Pedra de Paraisópolis





















Muitas pessoas cometem o equivoco de dizer que os moradores de periferia são ignorantes, sem cultura, favelados e entre outras ofensas. Mas se esquecem de eles são seres humanos e possuem as mesmas capacidades que uma pessoa de classe social mais alta.
Uma prova disso é a Casa de Pedra situada na favela de Paraisópolis feita pelo artesão Estevão Silva da Conceição que recebe vários visitantes, através dessa construção ele ficou famoso e foi entrevistado por vários meios de comunicação.

 Entrevista à Joildo Santos
 Estevão Silva da Conceição, aos 51 anos, é um artista desassossegado. Há 23 anos, ele constrói seu lar, hoje conhecido como “Casa de Pedra”, uma obra única em São Paulo: fica no meio da Favela Paraisópolis, a segunda maior da capital paulista, com cerca de 80 mil moradores. Famoso internacionalmente por sua obra, ele passou a cobrar R$ 10 por uma visita a sua casa.
A história sem fim da casa de Estevão já foi contada em documentário, ganhou destaque na imprensa nacional e internacional e foi publicada em livro em 2007. A fama do morador de Paraisópolis ultrapassou os limites da favela e do Brasil depois que passou a ter sua casa comparada com a obra do arquiteto catalão Antoni Gaudí.
O Centro de Estudos Gaudinista ajudou a levá-lo para Barcelona, na Espanha, para conhecer a obra de Gaudí, até então ignorada pelo artista de Paraisópolis. Estevão vê semelhança entre sua casa e uma obra-prima do arquiteto. “Parece um pouco com o Parque Gwell”, disse.
Nascido em Santo Estevão, no interior baiano, o “Gaudí brasileiro” só estudou até a quarta série. Antes de se tornar jardineiro de um prédio no Itaim Bibi, Zona Sul de São Paulo, trabalhou como auxiliar de pedreiro em obras pelo país. Firmou moradia em Paraisópolis em 1985, quando começou a construir sua “Casa de Pedra”. Queria espaço para criar uma roseira, o que acabou desistindo, mas fez o seu jardim suspenso, com uma jabuticabeira e uma figueira.
Na casa, uma estrutura de barras de ferro em forma de arco, cobertas por cimento, delineia um espaço aberto de ornamentos e culmina em um terraço com plantas, visto do interior, a quase sete metros do chão. Subindo lá, é possível ver a extensão de Paraisópolis até o Morumbi. Embutidos nas paredes, pedras, telefones, pratos, bolinhas de gude, e outros objetos adquiridos por Estevão ao longo da vida, formam um mosaico infindável. Quase todo dia, o jardineiro crava uma nova decoração.
Convidado pelo G1 para um tour pela casa onde Estevão mora com a mulher e dois filhos, o arquiteto Thiago Zelante ficou impressionado. Classificou a construção como “arquitetura orgânica”. ”É realmente diferente porque ele não teve estudo pra fazer. Simplesmente construiu da maneira que achou que ia ser correto e realmente foi”, disse o arquiteto ao elogiar a arte “intuitiva” de Estevão.
O jardineiro já impressionou também políticos e mulheres da classe alta paulista, que o chamaram para construir painéis em suas casas. Estevão também vende vasos decorativos. Ao contrário de uma visita à Catedral da Sagrada Família de Gaudí, em Barcelona, um tour na também inacabada “Casa de Pedra” do “Gaudí brasileiro”, no número 38 da Rua Herbert Spencer de Paraisópolis, precisa ser agendada. Basta ligar para (11) 3773-7135 e marcar.
fonte: Blog Joildo Santos

http://www.joildo.net/noticias/gaudi-brasileiro-faz-sucesso-em-favela-de-sp-com-casa-inacabada/



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